- Uma mulher de coração, de fé, de coragem -
Madre São João Fontbonne (1759 - 1843)
Entrou na comunidade de Monistrol, onde sua tia era Superiora. Recebeu, com o hábito, o nome de Irmã São João. Em 1785, com 26 anos, foi eleita Superiora da comunidade: sua cordialidade e simplicidade tocavam o coração de suas irmãs e de todos aqueles com quem colaborou; era uma mulher junto de quem era bom viver. Na comunidade, reinava o amor de Deus e do próximo, traduzido na estima e afeição recíprocas... A Comunidade sofreu a conseqüência da Revolução Francesa e teve de se dispersar. Descoberta na casa de seus pais, Madre São João foi presa em Montfranc (hoje Saint-Didier-en-Velay); aí, encontrou outras irmãs; juntas, transformaram a prisão em casa de oração (1793-1794). Passaram os meses! As execuções importantes aconteciam na praça do Martouret, no Puy. Em um dia de julho, em 1794, o carcereiro diz a Madre São João: "Amanhã será a sua vez!" - "Deo gratias", respondeu ela! Mas o dia seguinte foi a queda de Robespierre...É a liberdade! Durante toda a sua vida, Madre São João lamentou "não ter tido a graça do martírio". Durante os treze anos seguintes, ela permaneceu em sua família, levando uma vida de oração e de serviço junto aos pobres, crianças e doentes, preparando os cristãos para acolherem os padres perseguidos pela Revolução. Ela foi chamada a Saint-Etienne (Loire) por Dom Cholleton, vigário geral do Cardeal Fesch, para assumir a direção de um grupo de mulheres que aspiravam à vida religiosa, chamadas as "Moças de Preto" (por causa de sua roupa). O Cardeal Fesch pediu a Madre São João que fizesse delas Irmãs de São José. "Como Abraão, esperando contra toda esperança, ela acreditou, obedeceu e se tornou a mãe de um grande povo". A tomada de hábito de 14 de julho de 1808 marcou o início da Congregação de São José de Lyon. Em 1809, Madre São João enviou um grupo de irmãs a Lyon; em 1816, deixou Saint-Etienne para se instalar em uma antiga dependência da Cartuxa do Lys Saint-Espeit em Croix-Rousse. Abriu noviciado, organizou a Congregação à medida que aconteciam as fundações, criando numerosas comunidades em Lyon e nos departamentos vizinhos...escolas, "providências", asilos, estabelecimentos de beneficência...As necessidades apostólicas cresciam, as irmãs nunca eram bastante numerosas. Para Madre São João, o essencial era transmitir às irmãs "o espírito deixado pelo Padre Medaille às primeiras moças do Pequeno Projeto". Diante da imensidão da tarefa, entregava pacificamente seus projetos "àqueles que têm todas as coisas imensas"; permanecia na paz interior e exterior. Padre Medaille nos convida a cultivar uma "grandeza de alma que considera insignificante a tudo que não vem de Deus e que empreende, com serenidade e entusiasmo, as grandes causas apostólicas, quando é impelida pelo Espírito Santo" (Máx. 91). Animada por um verdadeiro espírito missionário, ela fez sua esta máxima, o que lhe deu coragem de ver tantos "ramos" fundados por ela se separarem da árvore lionesa para se tornarem congregações autônomas, na França, na Itália e nos Estados Unidos. Em 1839, ela entregou o seu cargo a Madre Sagrado Coração de Tezenas do Montcel; depois, terminou seus dias na Casa Mãe, na Rua dos Cartuxos, onde "sua calma e sua mansidão habituais a acompanharam até a morte", no dia 22 de novembro de 1843. O ramo lionês contava, então, 240 casas e mais de 3.000 religiosas. Louvado sejas, Senhor, pela abertura de espírito de Madre São João, nem presa ao passado nem petrificada no presente! Louvado sejas pela sua resposta audaciosa a cada apelo pelo compromisso generoso de nossas predecessoras! Que elas intercedam por nós! |